Poemas
Vento Colonial
10.12.2024
A história
Nos Conta
O ontem
Que é hoje
Seres esquecidos,
Escravos do além
Atemporal
10.12.2024
Hoje
Soa
O
Amanhã
O
Ontem
Derramando
O
Vinho
Da
Exclusão
Eterna
Falando de Amor
19.09.2024
O amor é vício quântico
Embriaga etílicos e não etílicos
Está contido na paixão.
Não tem lógica-matemática
Na geografia do sentimento:
Louco quem tem razão
Amar no particípio passado
Anuncia o presente
Com verbo impessoal
A paixão dita o amor,
Não pede...
O amor é duplo entusiasmo
Fogo aceso, aflora na chama
Amar no particípio passado
Flertando com o presente,
É conjugar o futuro no infinito
Amado
Amo
Amarei
O amor
Eterno Mundo
19.09.2024
Golpes e golpes
Disfarçados,
Viagem
Pela inconsciência
Do mundo oprimido.
Som eterno da interrupção
Do caminho de lutas,
Migalhas.
História convicta
De direitos e privilégios.
Mundo Surdo
06.08.2024
Adormecem
os sonhos
Vivos.
És uma folha
Dispersa.
Buscas apenas
Um pingo
De chão.
Somos Riscos
01.07.2024
Tua alma criança brinca
Teu corpo te veste de velho
O velho que a criança briga...
Teu sorriso habita outros corpos
Em outros Velhos, em outros
Cérebros... em outras crianças ...
Linhas tortuosas...destino.?
Manto de ironia ...
Da dor que fala em silêncio.
E se apropria do teu corpo
Da tua vida, do teu tempo..
Tempo que tem e não tem pressa...
E te toca no olho agudo da insistência...
Como anjo abrupto te despe.....
Do tempo... inexorável... Tempo...
Deus Semente
01.07.2024
Acreditar na humanidade, no seu poder reflexivo e consciente é falar de Deus.
Da nossa leitura do universo, de toda essa dimensão cósmica,
De nosso conectar com ela e integrar-se nela.
Em sintonia com o todo: Deus
É dar espaços ao homem de se colocar, se definir, se contradizer, ou mesmo se confirmar ou se achar nas expectativas do outro.
Deus é o nosso ouvido, o nosso ato, a nossa palavra.
Deus é negação de poder, dependência e pretensa fé: o fanatismo.
Deus é compromisso da criatura com a humanidade,
Não exila o ateu, liberal com todas as seitas, religiões e credos,
Onde o centro é o todo não se fragmenta.
Deus uma incógnita física, mistério da fé e da convicção. O olhar de cada um.
Onde está Deus?
Na terra de ninguém e de todos.
Nessa sinfonia e sintonia com o todo: Deus!
Tempos Atuais
01.07.2024
Esférica conversa
Tosse surda, seca, longa.
Fala interrompida,
Despercebida...
Concreção social
Descompromisso.
Despido das abstrações
Inoportunas...
Escuridão
22.05.2024
Em que Universo
Tu te encontras?
Em que sombra
Em que nuvem
Tu te escondes?
Em que estrela
Apagaste o brilho
De um servo?
De um esquálido?
De um desesperado?
De um filho?...
De Deus? Deus...
ANOS DE CHUMBO
22.05.2024
Onde escrevo
O meu nome,
O teu nome
Está apagado.
Não me deixaste
Nem uma marca,
Apenas o silêncio
De morte...
Vozes do Silêncio
22.05.2024
O não dizer te cala
O verbo proibido...
O sentir te revela oprimido...
Enquanto verbos pairam
Na palavra sem sentido,
O silêncio da palavra
Às vezes cala fundo...
Vem o medo
Da permanente estrada.
Lições do Tempo
18.04.2024
O Infinito
Busca
Perguntas,
Indiferente,
Ao compasso
Autoritário
Das respostas.
Poderosa
18.04.2024
A poesia dorme
Nos braços
Do horizonte.
O poeta acorda
Almas silenciosas
Raiz do Insensato
18.04.2024
O Planeta dança
No hemisfério do mundo.
Dança o tango do descaso,
O bolero do ódio,
O samba do desmatamento.
Canto Falacioso
18.04.2024
Anjo do céu,
A Terra olha,
Assombrada,
O dilúvio constante.
E amedronta
O anjo,
Inocente.
A Onça do Poder
06.03.2024
O Tempo não tem pressa
O passado, uma pedra
No ar.
O presente,
Fantasiosa Mentira,
Continuamente pedra.
O agora chora
Em silêncio eterno,
E o dia amanhece!
Cotidiano
06.03.2024
O amor é canto confortável, silencioso, íntimo, responsável.
Assim como os móveis em SEUS lugares certos.
Não tem choro que console, nem riso suficiente...
Grão de areia alcançado sem binóculo.
Planta de raiz, fala o que pensa, pensa o que sente, fala de quem sente.
Fala dobrada, tocada, inventada, transformada, consentida.
É como o repórter sintonizado, lapidando o fato, a circunstância,
Fazendo História.
É silêncio sem solidão, companhia sem domínio, fluindo à tarde,
Aconchegando a noite, surpreendendo o dia.
É pedra sobre pedra, sedimentando o fundo, sem forma.
Descompromisso...
16.01.2024
O fogo compromete a deusa,
Vestida de bondade...
Desnuda todos os refúgios
Vilões dos atos...
Controversos , anônimos,
Maquiavélicos, silenciosos...
Chafurda o inconsciente
Trânsito conflito incoerente
Resquício impiedoso...
de mundo que ora te olha...
e te descobre...
e te comprime e te despreza
convenientemente te despreza ...
Seu rosto em véu hipócrita
Sorri...
Como se saciada abruptamente...
Enganos
21.11.2023
Hoje acordei
Com um recado,
Acabou,
Tá acabado
Nossa mísera
Relação.
Foram-se anos
De enganos
Do presente
Sem planos
Coisas da acomodação.
Tinha festa
Se ia
Compromissos do dia
Sem mistério
E emoção
Velha farsa
Tão louca
De quem vive
À toa
E não pergunta
A Razão...
Viver e Viver
21.11.2023
A maior certeza que se tem
É a incerteza,
O ontem não se descobre
No hoje.
E o agora, uma interrogação
Do amanhã.
Viver é como perdurar
O momento,
Alimentar a possibilidade,
Olhar tudo
Como se não existisse
Mais.
E o sabor com certeza
Será maior
Positivamente,
Negativamente,
Mas será intenso
No aprofundamento
Das frações do momento.
Espaço do Além
11.10.2023
Olho no ôlho
De sua imagem.
Suspiro silêncio,
Seu corpo inerte
Dança... Dança...
Na Floresta
Do Amanhã ...
Caminho de Pedras
11.09.2023
A Luz do planeta se apaga
O Homem se inventa no passado
Escurecendo o agora futuro.
Sombras desumanas se afogam
Em escravidão autoritária,
Se explodem no mar em chamas.
Sensibilidade
11.09.2023
A vida esbarra em fragmentos.
Suspira diferenças concretas.
Singularidades.
O homem é feito de ideias, próprias ou assimiladas,
mas a maior diferença é a sintonia.
Tempo e Não Tempo?
11.09.2023
A vida é o mistério do tempo.
O tempo morre com as palavras,
Atos, coisas, pessoas?
Ou o tempo é uma ilusão?
Acorda e adormece com eles?
Ou vive o eterno, o não tempo?
Ou vive a invenção?
Partida
26.07.2023
O sorriso não morre
Nem se apaga
Renasce em outra hora,
Em outro tempo,
Tempo de saudade,
De abraçar a lembrança.
Marcas da Infância
19.06.2023
O mar
Toca
O interior
Da lembrança.
Acorda
A criança
Boiando
Com o pai.
O sol
Se despede...
Horizonte
18.05.2023
Serei eu
Fui eu
Quem sou
EU?
Uma pedra.
Pintando o Dia
18.05.2023
O Sol
Dentro
De mim
Acorda
Todas as
Flores,
Imagens,
Certezas.
A vida
Somos nós
E só nós
A faremos
Melhor.
Reinado Perpétuo
18.05.2023
Liberdade
Do negro
Acorda
Na abolição
Toca a flauta
No amanhã
Da exclusão
Dança a valsa
No reino
Da escravidão
Terremoto
Da ilusão...
Misterioso Tempo
11.04.2023
Olho no ôlho
Do tempo.
Ele diz:
Já Passo...
Ouço a voz
Do tempo
Ele olha,
Olha, olha...
Ele diz:
Tempo?
Eterno movimento
Tempo, tempo, tempo...
O Tempo não tem pressa!
Existir
11.04.2023
Vida,
Uma semente,
Uma palavra,
Sonora palavra
De uma criança.
Um abraço,
Uma imagem,
Serás tu,
Enfim,
De pé!
Esferas do Pecado
11.04.2023
Moça, não diga:
“Lá no céu
Encontrei uma
Jaula.”
Lá no caminho
Do céu.../
Por quê?
Por quê?/
A razão
Não se explica.
Moradia de Pobre
15.03.2023
Santo, santo, santo,
São Sebastião,
Onde estás?
No litoral?
Ou no morro?
Santo, santo, santo,
Uma criança de joelhos
Soterra,
Em clima de abandono...
Vil Cegueira
15.03.2023
Quero existir
Do outro lado
Da ponte
E colher
A flor
Que o universo
Me nega...
Raiz da miséria
Miséria, miséria
Meu pedido?...
Uma pilhéria!
Planeta Ódio
15.03.2023
Vazios
Espinhos
Mísseis
Tormentas
Onde? Onde?
Se esconde...
O Amor?
Raízes da Escrita
15.03.2023
Um conto,
Um poema,
Uma crônica,
Traçam
a memória
De um infante-adulto.
Descobrem
A transformação
Adolescente
De uma escrita adulta.
Fantasias do Além
15.03.2023
Deus,
O maior cientista
Da história,
Tentando descobrir
O por quê da fé,
Em seres insensíveis.
Por Quê?
10.02.2023
Não fujas,
Elípticas surpresas
Circunavegam
O mundo.
Colhes a dor,
Interroga-te.
Morto-vivo
10.02.2023
A amargura
Pulsa
Num cérebro
Solitário,
Sem
Outro ouvido,
Sem
Outro alguém.
Presente Passado
10.02.2023
O sono não me acorda
Um lampião aceso dorme
Dorme no presente passado...
Uma rapariga
À meia-luz
Apaga um cigarro
Já em cinzas
Presente já passado...
Tempo...
Ouço sua voz
Tempo?
Eterno é o tempo!
Pai
19.01.2023
Uma estrela
No
Caminho
Uma semente
No
Horizonte
Um fio
De
Saudade
O Excluído
19.01.2023
A vida
Sim
Um
Compasso
De espera...
Circula
A negação
O desespero
De quem
Procura
A vida...
E morre...
Máscara Hipócrita
19.01.2023
Um copo cabe
Uma vida...
Milhares semelhantes
Vazia...
Jaulas fanáticas
Na
Manipulação simulada...
Incendiária!
Vertente de poder
Ditador! Vida?
Homem de Ferro
19.01.2023
Não me fales de um instante
Ele rompeu todos os laços
De ternura...
Revolução, golpe, guerras,
Horrores simbólicos
De um instante...
Movimenta-se,
Se esconde e volta...
Pesadelo de Um Relógio
19.01.2023
Muros e grades
nos conformam...
em
Seres exclusivos...
A flor brota
Na parede externa
Distante da primavera
Da primavera
De um mendigo
em
Chão áspero...
O céu azul
Nada Promete
A espera da morte...
Quem Sou?
16.11.2022
O que posso
Fazer da vida
Se a vida
Me despreza
?
Quem sou?
Um traste,
Milhares
de
Trastes
À procura
De si...
Invisíveis
Natureza do Amor
16.11.2022
Amar é o verbo
Aflora a razão
Do encontro com a vida
Germina a vontade
De abraçar o mundo
No alto de uma montanha
Razões do Tempo
09.09.2022
O tempo às vezes
É inexorável.
Outras vezes sobra
Afobado.
Outras, curte a falta
Com sobra.
Muitas vezes sobra
Culpado.
Outras, vezes ele diz:
A culpa é do
Tempo que não dá
Tempo.
Do tempo que dá,
Mas cobra.
E ainda
Do tempo que não houve
ou
Que não ouve.
Olhar Cego
09.09.2022
O relógio da história
Parou...
Parou na velocidade
Do tempo atual...
Tempo cego lucrativo
Aos olhos elitistas
“Natural”...
Negros, índios,
Pobres e brancos,
Servis eternos
Da escravidão colonial...
Vôos Invisíveis
09.09.2022
Vida
Um observatório
Quando se olha
Além
De si.
Fôrma de Deformação
09.09.2022
Antes apagados,
Os negros
Não existiam...
Ainda apagados
Vegetam
Na cultura de
Submissão...
Assim apagados
Vegetam
No desencontro
De um lugar...
Razões
14.07.2022
Vem,
eu estou à sua
Espera
Seu temor
é uma quimera
que não tem
Razão
Por quê
Vem
Quem lhe vê
não se dá conta
Da ternura
dos seus gestos
na intimidade
que é você
Vem
sua glória
sua fama
se desviam
de quem
ama
sem
dizer como e porque
Vem com seu olho
Imaturo
Encontrar-me
com o futuro
e então se desdizer.
Regra Três
14.07.2022
Quem perdeu
A vida
No triângulo
De feridas
Sente-se
Anfitrião
Da dor.
Quem não viveu
O amor
Compartilhou
As migalhas,
E não jogou
A toalha,
Não franqueia
Alegria,
De quem
Amou o amor.
E ainda
Prisioneiro
de um afago,
Torna
O amor
O seu mago,
Não revela
Sua dor.
Os Literatos que Dizem É...
14.07.2022
Queria perguntar,
É tão bom quando os pesadelos
Apenas indicam...
Os enigmas são como respostas
Que nos fazem vivos...
As angústias e euforias dançam,
Satisfeitas, o tango, o baião e escutam
O réquiem do que se fez água...
E o movimento não cessa à procura...
Dos solos que virão sem nenhum
Ponto
Definitivo...
Sem o “é” absoluto e mal humorado...
Dono de todas as coisas adultas...
A vida, como universo debruçado
Num “é” mágico, aguça perguntas...
E dá o tom infinito do bordejo ...
Fotografia do Sentimento
14.07.2022
Um muro separa
O sorriso:
O silêncio!
Inconsciente sentido
De dor,
E ao outro
Desespero
E resistência...
No olhar um pedido:
Esperança
Desalinhos
14.07.2022
Quantos poetas em ti, te contradizem...
O sonho é como a alma pensando
Brincando com a linha do mundo
Que te veste em fragmentos...
E te despe em personagens...
O sonho briga com o medo...
Enquanto cultivas a essência
Prisão do teu silêncio diurno...
Desconfiado...
E tu contemplas, em linhas
Esféricas,
O outro rindo e não sorrindo...
Teu olho grita socorro
Teu outro olho dorme...
O Dito Pelo O Não Dito
20.06.2022
Eu não queria dizer
que não queria dizer.
Mas acabei dizendo
o que não queria dizer.
Palavras dizem e não dizem...
Omissões falam em segredo.
São os olhos cegos da negação
Ou
Os olhos fingidos da consequência?
Assombração
20.06.2022
Futuro nublado
A História afunila
Uma sombra de vida
Insípida...
Desilusão
20.06.2022
Nunca me atrevi a escrever os meus sonhos.
Faliram com as mentiras que eles me disseram.
Um dia os coloquei em um barco salva-vidas,
Mas eles me abandonaram de medo.
Os sonhos vivem de teimosia, sem nenhuma lucidez.
Estação da Memória...
05.05.2022
A consciência
Delira no inverno da memória.
Agita-se como uma tartaruga
a perseguir
a nuvem...
Sucumbe ao lhe escapar o fio,
mas lhe desperta o verão da certeza,
Que chora o fragmento...
Sem luz...
Árvores Urbanas
05.05.2022
Árvores, em pontes,
Sobrepostas.
O indefinido
Rega o pó,
Que
Floresce mudo...
Pontes de cimento
Habitam
Carros frios,
Sem freios.
Desarvoram o Homem
Em estado líquido...
.
Sanatório de uma cidade...
Contradições
05.05.2022
Às vezes somos o Quark
Que não queremos enxergar.
Hipoteticamente imaginamos
O que negamos como real.
E o real se desmancha no nada
Que está no vazio
Olhando para nós...
O hipotético está na indefinição
Do todo que somos
E que não somos.
A luz nos restringe à escuridão
A escuridão nos acende
Hipoteticamente fomos um dia
O que pensamos ser...
Canto da Exclusão
05.05.2022
- Não, não vais dizer
Dormes na chuva!
- Sim, eu vou dizer
Vivo na lama...
E o vento me diz:
- Não sabes tu o prazer
E os dotes do destino?
Não te lamentes.
Vento, perverso, vento
-Não, não ouves o vento,
Não , não, te afogues no mar...
Vãs Políticas
05.05.2022
Política,
Onde escondes
Tua verdade
Mentirosa?
Nos olhos cegos
De quem não
Enxerga tua
Astúcia...?
E o tempo não
Se move...
Homem de Ferro
06.05.2022
Não me fales de um instante
Ele rompeu todos os laços
De ternura...
Revolução, golpe, guerras,
Horrores simbólicos
De um instante...
Movimenta-se,
Se esconde e volta...
Convite
06.03.2022
A vida não é
Um poema.
Real é a flor,
Cheiro, cor,
Doce é o sabor.
Mulher-Homem,
Homem-Mulher,
Criança-adulta,
Adulta-criança.
A vida soletra
Uma flor.
E o poema escreve
O amor!
Monstros
08.02.2022
Um olhar
Oceano vazio
De consciência
Evapora
Tortura
Exclusão...
Um congolês
Por quê?
Contingências do Esquecimento
08.02.2022
Vida? Consciência?
Onde há vida? Donde?
Nessa
Expressão?
Nesse
Olhar de busca?
De aflição?
Vida? Donde?
Nesse
Ponto de chegada?
De perdas?
Desgovernando
Sua independência?
Sua mente?
Esfera do Tempo
08.02.2022
Um olhar
Parado
No hoje
Incerto
Uma festa
Acontece
No deserto
Funesto
Razões temerosas
Razões insensatas
O tempo?
Senhor da razão...
Espera
O amanhã
Psicopatas da Ilusão
19.01.2022
Nuvens dispersas
Em canto de chuva
Um trem passa
Silencioso e cético
Fantasmas? Mistérios?
Os transeuntes gritam
Alagamentos
Mortos?
Psicopatas não autorizam
Em descanso...
Tempo e Raízes
19.01.2022
Canto
Um
Canto
De
Dor
Sem
Chão
Sem
Teto
Parente
Do
Desamor
Canto
Um
Canto
Escravo
Sem
Centavo
Prisioneiro
Cova
De
Desigualdade
Desencanto
Assim Tu És
19.01.2022
Tu quiseras ser
Uma mulher batida.
O que é ser
Uma mulher batida?
Sem nenhum
Pré-conceito
Te entregas ao
Léo sobrevivente
Sem nenhum
Trocado de vida
Corpo Teu!
Por Quê?
19.01.2022
Não fujas,
Elípticas surpresas
Circunavegam
O mundo.
Colhes a dor
Interroga-te.
Razões Pandêmicas
19.01.2022
A vida pergunta
Quem é você?
Quem sou eu?
Quem são eles?
Fogo de palha,
Todos nós!!!!!!!
Voz Surda
19.01.2022
Uma voz martela
Um coração sangra
Sangra de dor
Num chão incerto...
Órfão de mãe,
Sem pai,
Um menino vagueia
Como uma sombra
Sombra de um átomo
Pó do amanhã...
Vida Bruta
19.01.2022
O homem se esconde
Apitos, buzinas,
Pedidos, balas,
Bolas circenses,
Nos sinais se apagam
Rugas gravam
Afasia, indiferença,
Olhos sinalizam...
Duelo em vida...
Terror em sentença.
Solidão
06.12.2021
Mar revolto,
Tudo escuro
Nem uma voz...
Só,
Adormece,
Inconsciente.
Vazio... Existente?
Um barco à deriva.
Seres Tragicômicos
06.12.2021
O mar secou...
Pelas mãos selvagens
Do homem...
Morreu com o seu
Alimento.
Órfãos da vida,
Acotovelam-se.
E apagam!
Com fome...
Seu Rosto
06.12.2021
Desenho traçado
Do abandono
Respira a dor
Do incrédulo.
Véu
Da angústia
Mortal,
Do sorriso
De um filho,
De uma mulher.
Desejo
03.11.2021
O vislumbre
De um fio,
Um acorde
No espaço
Canto de vida.
Tempo fantástico.
Sonho real!
Tempo e Forma
03.11.2021
Verso interior grita a métrica,
Soluça e ri o ritmo do
sentir.
E pacientemente o poeta dita
a forma
E se debruça
sobre.
Ventavírus
03.11.2021
Denso tempo
De outrora,
Pensará
Algum dia,
Quem sabe,
Amanhã...
???????
Fantasia De Um Inseto
03.11.2021
A Inércia
Viralizou
O mundo,
Sem vírgula,
Ponto,
Dois pontos.
Uma
Interrogação
No deserto
De dúvidas!
Vazio de um Lugar
01.10.2021
Sim, existe
uma borboleta
no recinto.
Pousa na cadeira
de balanço,
Vazia...
Me abraça
com os olhos.
Respiro,
Cai uma lágrima!
Mãe???
Uma Cidade
01.10.2021
Olhas para o lado e não vês.
Na contramão atropelas crianças,
Anciãos...
A bicicleta corre alheia,
E tu, sozinho em teu delírio,
Solitário, egoísta...
Sem olhos, sem ouvidos,
Dono da liberdade!
Cenas multiplicadas
Numa cidade anestesiada...
Inclusiva?
Muros, grades desenham
O cotidiano de defesa.
Enquanto balas silenciam vozes
No peito de um coração inerte!
Coisas da Vida
06.09.2021
Olho no ôlho do domingo
E choro.
Choro o desafio de desafiar
O domingo,
O domingo escancara a janela
Brincando de ausência,
Gargalha...
No quarto vazio, a moça grita
Com o leito de morte...
Literatura, a Arte do Vazio em Construção
06.09.2021
Espelho do corpo e do cérebro de quem reflete. A arte de escrever e reescrever
as incógnitas do estar no mundo.
O mistério da arte do não dizer.
O dizer da pergunta de quem se descobre
No mistério da arte do não dizer.
E o escritor da folha em branco
Preenche as lacunas do leitor saciado,
Pelas entrelinhas, vazios e espaços.
De um autor Livre de amarras e propósitos
Que navega ao encontro das dúvidas,
Pois as certezas são finitas
Na viagem do cotidiano,
O eterno princípio.
Palavras
06.09.2021
Fotografam o momento, cravam
Riscos em pedras,
Delineiam em rascunhos,
Que não se podem evitar...
Palavras são rascunhos,
Pedras que ainda não se formaram...
Círculos aflitos de dúvidas,
Silêncio interior.
Perfil Insano
03.08.2021
Dote de uma herança
Venenosa...
Réptil de uma história
Lunática...
Em clima de
Trovão, furacão,
Terremoto,
Vulcão permanente!
Ópera do Desespero
03.08.2021
O monstro veste
A toga e
Dança a morte
Da justiça...
Maquiavélico,
Trama, inventa,
Condena...
E hora se
Esconde...
Será louco?
Um crocodilo doente!
Saudade
03.08.2021
Saudade
É um lapso
De ausência
Que esconde
Sua presença
Neste coração
Tão seu.
Eu disse:
A distância
Não consola
Esse amor,
É minha mola
E me faz
Enorme bem.
Quem sabe,
Eu aprenda,
Com a saudade,
Encontrar
Algum detalhe
Que o coração
Não tem!
O Absurdo
03.08.2021
Onde está
Que não vê
O avanço do mar?
A areia dispersa
O pó do planeta...
Sim, sua fé anticiência
Condena-nos ao abismo...
Onde? Diga,
Animal predatório!
Ouvidos Moucos
06.07.2021
A arte de falar por vezes se expressa
Calada
Ouve o silêncio de um lábio
Trêmulo
E indaga do vazio,
Exausta.
Sem voz as palavras se evaporam
Vivas.
Falta-lhes o ar
Às tragédias, comédias e sofrimentos.
E lhes resta apenas a imagem congelada
De uma boca,
Monólogo de uma representação.
Sono Acordado
06.07.2021
Voraz.
Anseios,
Angustias,
Medo.
Da vida?
Ou
Da morte?
Silêncio...
Sonhos e Sonhos
06.07.2021
Onde navega o sonho
De mudança
A onda inclina...
E
Sorri da ousadia...
Onde navega o sonho
A esperança
Espera... Espera...
E
Soluça
Brava onda surda
Soterra as lágrimas
Onde navega o sonho
E
?
Sombras...
06.07.2021
Quem sou eu que se fez
No silêncio da angústia
Desequilíbrio de perda
Encanto do esquecimento...
O silêncio é como a chama
Que incendeia a voz muda...
Reverencia a dor do horizonte
Quase sombrio... disperso...
Sou quem sou e não devia...
Mas quem deve não é...
Quem sabe parto o eu que
Fantasia?
E livro-me do fantasma
Que me assombra...
Sutilezas do Poeta
06.07.2021
O poeta é cérebro sem dono
Dono de coisas comuns
Com toque incomum
Flor em imaginário
Criador de sentimentos
Meio profeta
Profeta o meio
Cientista às avessas
Busca sem concluir
As descobertas
Canta o real em ficção
Intui e pensa
Sente e imagina
O Que Diz o Poeta?
06.07.2021
Arquiteto da palavra,
Brinca com a simetria
E briga.
Poço de sentimento aflorado
Nuvem de sentimento guardado
O Poeta vive.
O Poço, a nuvem, a nuvem, o poço.
Fala a verdade que se diz mentira
Cala a mentira que se faz verdade
O Poeta rima.
Ritma o compasso do orgânico
Fuzila “verdades” com harmonia
E pensa
O poeta pensa o tempo inexistente
Agoniza o tempo de espera
E circula.
O Duo da Serpente
06.07.2021
A terra geme no silêncio arguto
E chora o tempo da inércia
Seus veios racham secos
O desalento, de quem dorme o sono...
Da preguiça
Do conforto
Da volúpia
E se esconde na serpente
Que a devora...
Caminhos ou Contornos
06.07.2021
Fantasma de mundo
Cada um em sua nau, no horizonte...
Uns na vertical...
Outros no fundo...
Completa incógnita cega de um
Esteio sem pai...
Amparo sem mãe...
Poesia sem verso.
E, um pedaço de figa...
Meio pedaço, nenhum mais...
Viagem...
06.07.2021
Os passos acompanhavam o silêncio
De um corpo cansado,
Que se despedia...
O pé direito dançava no sapato
Como se a mulher se desequilibrasse
Em dia de terror... Consciente.
O caminho se afunilava
Num céu claro, antes turbulento...
Só se ouvia a voz discordante
De um filho, diante das coroas sobrepostas.
As pétalas jaziam no hemisfério da vida
Que se segue... A morte!
Esse Mundo...
18.06.2021
A Chico Mendes
Esse mundo navega
Em desvios, não como os rios;
Esse mundo desaba
Em choro, violentando as matas;
Esse mundo conspira
Em armas, silenciando as florestas;
Esse mundo governa
Em desvarios, sentenciando a Terra;
Esse mundo se compraz,
Autoritário, assassinando o camponês;
Ai! Esse mundo decadente!
De vermes ou será de homens?
(publicado na antologia Nova Poesia Brasileira, Shogun Arte, 1989)
Cores...
18.06.2021
Terra azul...
Ai! Essa atmosfera
Colorindo o incolorível,
Essa atmosfera enfeitando
O escuro.
Ó céus! Tão nebuloso e negro
Como a minha alma.
(publicado na antologia Literatura Brasileira, Shogun Arte, 1989)
Saturno
18.06.2021
Parecia uma ninfa,
Reinava em torno dos anéis.
Tantos anéis sem casamento, perguntavam?
Tantos mistérios e promessas infiéis?
Sensual, aguçava, ao sabor do vento,
O senso de humor de seus fiéis,
Com o corpo nu, todo manchado,
Excitava os furacões e os ventos,
- Era ninfa, perguntavam?
Meus olhos dormentes, respondiam,
Presos àquelas manchas negras:
-Uma ninfa no céu? Os anjos não permitem...
-Era mulher? Confidenciavam.
-Pobre delas! Era saturno!
(publicado na antologia Poetas Brasileiros de Hoje, Shogun Arte, 1989)
Negações Imortais
25.05.2021
Danças o retorno
De vidas silenciadas
À sombra, o riso desprezível...
Cruzes espalhadas...
Deslizas os pés em delírios
Genocidas...
Torturas o alheio
Em círculo de prazer
E te inocentas...
Do e no mistério de viver.
Luzes da Hipocrisia
25.05.2021
O horizonte canta
O vazio desmascarado,
Frio, premeditado...
Chora um órfão desesperado.
Trilha o abismo, em lágrimas
E ouve um sonoro fantasma,
Cínico fantasma
Que soletra... coi-ta-do!
Colhe pedras, só... somente,
Infinitamente só!
Quintanilhas: poesia e tempo
26.04.2021
Poeta maior... Poeta... Menor...
O que faz o poeta sem alma...
Sem desassossego?
Sem as asas dos anjos
E a simplicidade das profundezas?
O que faz o Poeta sem as reticências
Que não respondem, perguntam?
Semeiam vozes aos olhos alheios
Que se alastram.
Poetas não morrem.
Plantam versos
Que se abrem em naus!
Sombras do Amanhã
12.04.2021
Um pó no canto
Uma luz no sótão
Um refrão de dores
Silêncio.
Os sinos tocam
O que será?
Um funeral de corpos.
Relíquias pandêmicas,
Choram os risos
De um fantasma,
Abominável, de pedra.
Palavras e Palavras Surdas
22.03.2021
Palavras sobrevoam sentimentos
Frias na indiferença
Reveladas na mágoa
Resistentes na vaidade
Melancólicas na perda
Palavras silenciosas
Palavras silenciadas
Palavras...
Versam, dispersam...
Ausência, presença...
Sínteses verbais...
Verbo que não ouve
Ouvido que verbera
Cantam as palavras
Contam as palavras
Refrãos de um dito
Refúgios do não dito
Solidão.
Louvação ao alimento
15.01.2021
Essas moscas
Pousam acesas, essas moscas.
Livres, aspiram ao doce acre
Perfume da vida.
Pousam firmes no doce frio
Alimento.
Essas moscas
Choram a fome dos desvalidos
E voam inspiradas, essas moscas.
E olham, críticas, os anestesiados.
E voam, voam, voam
E rezam.
Sopro Da Eternidade
05.01.2021
A noite se esconde
Atrás da vela
Que se apaga/
Na calada do tempo
Vento
Tempo de escuridão
Vento forte
Vela uma vela
A noite se esconde,
A vela se apaga.
Posta a chama,
Que se esparge
Venta.
TEMPO?
E o vento sorri discreto,
Cumprimenta a noite/
A flor nasce no lago da vida
Big Bang?
Dorme nos braços do Infinito.
“A” e “O”
07.12.2020
A
Solidão briga
Intriga
Soluça
Pede
Chora
Ouve
Espera
A
Solidão agradece
Encontra
Lembra
Acorda
Pergunta
Acredita
E
Adormece
A
Visita espreita
Corre
Senta
Observa
Aceita
A
Visita fala
Ouve
Finge
Alegra
Emudece
E
Despede-se
A
Inveja mente
Deturpa
Vibra
Ameaça
E
Chora
A
Inveja chega
Intriga
Manipula
Enraivece-se
E
Morre
O
Destino devolve
Briga
Desfaz
Faz
Pergunta
Recusa
A
Inércia
O
Beijo doa
Finge
Protege
E
Embriaga
O
Beijo
Emociona
Despede
Sente
E
Imagina
O
Tatu se esconde
Cava
Sussurra
Pensa
E
Geme.
O
Tatu se encolhe
Permite
Chora
E
Grita
O
Tatu se surpreende
Acorda
Mira
E
Existe.
A
Desconfiança
Deforma
Devora
Conforma
E
Aliena
A
Desconfiança
Enquadra
Desvia
E
Transforma
O
Silêncio
Pergunta
Respira
Acorda
Acredita
E
Chora
O
Silêncio
Apavora
Treme
Conforma
E
Morre
O
Dia
Recolhe
A
Chama
Do
Azar
E
Investe
Na
Vida.
O
Sofrimento
Chora
O
Veneno
Da Apatia.
A
Indiferença
Corrói
O
Fio
Da
Existência
O
Amor
Dribla
O
Desespero
O
Jovem
Atravessa
O
Caminho
A
Bengala
Cai
...
O
Velho
Para
E
Chora
O
Mendigo
Dorme
O
Sono
Do
Abandono
A
Trilha
Marca
Caminha
Apaga
Ouve
E
Escuta
Passos?
O
Tempo
Alcança
A
Trilha
Ou
A
Trilha
Ilude
O
Tempo?
Momentos
05.10.2020
Espelho cioso de uma vida
Fantasmas de fogo se apagando
Máscaras obscuras tão longínquas
Rotina rotineira, vida?
Sabatina fria, momentos são momentos,
O cerne é a alma...
Sintonias de um estado
Onde sou o que não sou
Serei eu o que fui?
Vida dual!
POESIA E LIBERDADE. Melhores trabalhos do I CONCURSO NACIONAL DE POESIAS FERNANDO PESSOA. Edições Maria, 1989
Marte
05.10.2020
Você me lembra um planeta incendiado,
Um esperma de fogo explodindo gases
Como um demônio enfurecido, cantando ninfas,
Em suas cósmicas seduções.
Você me lembra um rubi despido,
Penetrando quente em diversas posições,
Seduzindo a olho nu os corações
Com sensações vermelhas,
Ao refletir o brilho aceso, e apagar a luz
No calor do brilho solar.
MOMENTOS ERÓTICOS, JOTANESI EDIÇÕES, 1989
Canção De Dor
02.09.2020
O barco navegava
Ao sabor da morte
A criança tocava
Ao piano, em ritmo
De jazz.
Órfão do silêncio
Deslizava as mãos,
Enlouquecidas.
Em balada triste
Teclava o desespero,
O abandono.
Vírus compassado
Cruel...
Silêncio dos Dias
25.08.2020
Os fantasmas adoecem!
Mentes insanas
Atormentam o medo,
A insegurança,
Semeiam o terror.
E a vida corre, corre,
Não alcança a luz...
Sangra o desassossego.
Sombras devastam
Pensamentos,
Desequilibram o ser,
O viver e perguntam:
Vida? Minha? Tua? Nossa...
Perguntam... Perguntam...
E acordam o agora!
O tempo do amanhã!
Penúria
25.08.2020
O vento dorme
Em manancial de
Dejetos.
A moça, mãos vazias,
Lábios secos,
Perambula
Ao léu da sorte.
E o vento ouve:
- Sede! Sede!
A moça grita!
E busca o acaso...
Viramundo (Virusmundo)
10.04.2020
O dia não acorda
Tudo escuro
O amanhã, parece,
Não chega...
Tempo instável
Humores retraídos
O mistério contamina
O caminho...
Dos nobres, pobres,
Das etnias...
A natureza se cala,
Exausta...
De ouvir o silêncio!
Planeta Viral
03.08.2020
Vida
Paraiso em chamas
O Homem incendeia
O lugar de vida.
E a vida chora...
Chora em mundo
Ausente...
Transeunte
Da inconsciência.
Vida?
Tensões no Morro
30.01.2020
Olhos opacos
nas vertentes
do morro.
O povo, em
quadrados,
pede socorro.
Sonha acordado
com o alimento.
Vem a fome
E o vento....
Chove tensões,
Chove plumas,
Chove balas,
Balangandãs,
E confetes.
Chove
a tempestade,
em mar
de lama,
Chove o verme
a habitar
o ventre.
Chove
na cela de angústia,
a carestia
o medo
do justiceiro.
Chove promessas
no dia 15,
é janeiro,
Chove brisas.
E um sorriso
incongruente
dos ingênuos
e dos crentes...
Chove
o parâmetro desigual,
na sobrevida.
chove
o desalento,
chove o protesto
na visão telescópica
de quem
está atento.
Surreal
27.12.2019
Monstro
Monstros
Quatro faces
Semente\Fruto
Veias do absurdo
Funeral do futuro!
Fantasmas...
Acaso? Histórico!
Campo minado...
07.10.2019
O mundo me forja satisfeito.
Que pedaço de mundo me dá
A cor do suspiro?
Ou me imagina cético
Imaginando o vazio?
O mundo sou eu, és tu, somos nós,
Em quais desvios nos encontramos
Sem as hipocrisias das resistências
E o mito em que não há complacências?
A dor sucumbe ao olhar impiedoso
Os lábios tremem de terror,
Guerras silenciosas
Uma criança grita,
Em meio à multidão esfacelada
Observatório da História
06.05.2019
Tempo...
Vencedor da razão?
Hospício da condenação?
Tempo! Tempo?
De fatos transloucados...
Desvario do vazio,
Juiz do absurdo...
Afirmação da incógnita!...
O Fantasma do Absurdo
04.02.2019
Um lugar
Onde a vida
Espelha o ar
Do minério...
Vida soterrada
Em lama.
E o silencio
Sucumbe
Ao terror
Da ganância:
Sem freios,
Sem brios,
Sombra e sentença
Do caos e do Vazio...
Nenhuma voz...
Espaço Frio
09.01.2019
Sem risos, nem sorrisos,
Rua?
Quadrado
Círculo,
Um fio.
Caminho?
Trilho
Coletivo?
Não,
Nenhum vínculo.
Fiapo de gente
Em
Marquise
Como um inseto.
Um mar
De
Solidão.
Amor a Dois
15.09.2018
Amor parte e comparte
Dobra e desdobra
Presenteia e festeja
Compromete e encara
Diz e ouve,
Ouve e diz,
Fotografa o coração:
Ri ou chora
Vibra!
Acorda,
Faz dormir,
Não tem tempo,
Não tem vento,
Agoniza na dúvida,
Involuntária,
Da perda.
Está contido
Na paixão
Forte-tranquila,
Prazerosa,
Que o tempo rega,
Sofregamente (diuturnamente).
Amor:
- Aprendiz maior-
De todo sentimento
Sobrepõe ao ódio,
Ressentimentos:
Incapazes
Vazios
Atrozes...
Alegorias do Destino
15.09.2018
Falar da morte é viver.
Os instantes são como ondas,
Perdem-se, como pedras,
Arrebatadas em rios...
É tudo tão inefável,
Escapam às nossas percepções,
Às vezes injustas, outras
O senso dissimula as razões...
Estamos sempre esperando
O trem que não passou...
Ou, atrasados, o perdemos.
Muitos são os disfarces
E as fantasias do eu, em nós;
Somos, também, o destino,
De nós mesmos...
Os acidentes são histórias fortuitas
À margem dos cenários que construímos...
Desassossego de um Poeta
05.09.2018
O diabo é a fôrma
Da fôrma e não da
Forma...
Da fôrma em forma
De texto
Que enjaula...
O diabo é a teoria
Da fôrma do enigma
Estuda a alma...
E não a descobre...
O diabo não são
As ambiguidades
Da Coisa.
O diabo não é o travesti do texto...
...
São os novos endereços
Da coisa sem marca...
Os enigmas se tornam o poente
Do Nada...
Coisa sem movimento...
Sem respiração... Não Coisa...
(Como se o dono não existisse)
O diabo é o duo dono da Coisa
Traços de Consciência
02.04.2018
Aqui só busco a vida
E ela não lhe acha
O tempo é o ponto de partida
Ele, ladrão da lucidez,
Demônio das lembranças.
Busco olhar no seu olho a vida
E ele me olha como um cego
Duas contas de pedra
A mirarem o vazio
Fazem do interlocutor um nada
Do caminho,
O caminho de volta;
Da dor, a sua escolta
Natimorto
02.04.2018
O medo alcança a coragem
Nas esquinas da vida...
Medo?
E assombra na busca de
Um porto seguro...
E as flores enterram vozes.
Vozes, vozes, vozes...
Espasmos e silêncio
Becos tiranos de tiroteios.
Esquinas? Aqui não há!
Dores da Velhice
02.04.2018
Eu não perdi o mundo,
Desencontrei a vida...
O silencio da sua voz
Fala de ausência
Quem sabe da inexistência
Presente, de um corpo apenas...
Vida? Um arquivo da memória
A esperar o tempo de partida...
O Que Seria do Tempo
22.01.2018
O que seria do tempo
Agora?
Há tempo sem tempo
Tempo sem enigmas
Enigmas sem tempo.
O tempo tem pressa
O tempo espera
O enigmático
Criador do tempo.
O que faria do tempo
Sem essa foto?
Loucuras
22.01.2018
Loucas são as razões
Que nos fazem loucos.
São as mentiras desnudas
Sem brios,
Vestidas de verdades...
Loucos são os demônios
Travestidos de anjos
Envergonhados
Loucos são os “sadios”,
Torturadores perdoados
Que se fazem santos...
Loucos somos nós.
Que deixamos...
Caem as Máscaras
21.11.2017
Doenças, doentes
Doentes imaginários?
Tumores da alma
Que batem,batem,batem...
Riem o riso falso,
Maquiavélico riso
De significações...
Falsos doentes travestidos
De solidão, angústia,
Quem sabe, inveja.
Sorrisos em farsa,
Carência,
Traídos pelo gesto...
Em forte emoção
E vestem a expressão
Que desnuda
O SER
No ímpeto da palavra.
A Arte Pela Arte
20.10.2017
Onde está o buraco do lume?
Será a vida um quadrado que
se perfaz nas mesmices das
repetições “verdadeiras”?
Será a arte a discórdia que
não se explica? Saboreia a vida,
o Belo, o fugaz
no centro giratório do prazer ?
Respirando imagens, palavras,
performances, textos? Em flutuação
Subjetiva? A arte, mero espectador de si?
Fantasmas...
20.09.2017
Sei que não sou fantasma de mim
Insanidades do corpo
São como sombras sobrepostas
Tocando os ouvidos, burilando medo...
Os fantasmas são como sombras sobrepostas
Marcham em marcha ré, caminhando o descaminho
Vozes que assustam e açulam dúvidas...
Será onde choram, será que choram, ou não choram?
O frágil pranto da incerteza ou o pranto da solidão
A caminhar o descaminho sem volta
Fantasmas lutam como feras agoniadas
Choram o pranto da finitude das células
No corpo que me veste a alma de tédio
E me abraça doente.
Sei que não sou fantasma de mim
Eu o afasto com a ironia dos deuses:
E digo para ele, atormentada,
O tempo não tem pressa...
Desassossego de um Poeta
11.09.2017
O diabo é a fôrma
Da fôrma e não da
Forma...
Da fôrma em forma
De texto
Que enjaula...
O diabo é a teoria
Da fôrma do enigma
Estuda a alma...
E não a descobre...
O diabo não são
As ambiguidades
Da Coisa.
O diabo não é o travesti do texto...
...
São os novos endereços
Da coisa sem marca...
Os enigmas se tornam o poente
Do Nada...
Coisa sem movimento...
Sem respiração... Não Coisa...
(Como se o dono não existisse)
O diabo é o duo dono da Coisa
A Arte do Silêncio
29.05.2017
A arte de falar por vezes escapa,
Como se faltasse ar aos sofrimentos,
Tragédias, comicidades...
Berço inconteste do gesto tímido,
Teatro mudo de frustrações.
Rugas, de ouvinte, sem voz...
A inquietar motivos e desejos...
Círculos Diários
08.04.2017
O lusco fusco semeia olhares de aranha
Hora sombria, aflita, instável...
Ando na faixa desequilibrada!
Os pássaros já não cantam,
Hora sombria de silêncio...
E o amanhã despertará das cinzas inertes
O círculo se abre em eternos círculos...
E os pássaros cantam em outros cenários.
Um Dia Que Queria Esquecer
Para minha mãe (10.06.2016)
Respiro?
O vazio
De um quarto,
De uma cama.
O cobertor Jogado
A escuridão,
O silêncio.
Silêncio mudo
De uma boca
Que já não falava,
Ouvia apenas
Em sua expressão.
Agora agoniza
Em sua respiração cansada...
Choro a tensão
De não ter certeza
De nada...
Em te ver debruçada
Diante
De um impasse.
Apenas um sono...
Aos queridos Paulo e Licínia
Vôo com os teus pés
E
Atravesso o mundo
Acaricio cada dia
E
Te acordo
De
Volta
Aos 40 anos.
Afogamento
Publicada no livro A Magia da Palavra - Contos, Ensaios e Poemas
Sensações enlouqueciam-no nas espumas...
Seu corpo leve bailava nas ondas
como uma garrafa vazia, tragada pela corrente.
Sua boca borbulhava fria, tentando dialogar com
a morte...
Entre confidências e medos, seu corpo aflorava e
submergia
Seus braços trêmulos, como dois remos,
navegavam contra as areias.
Seu sangue cristalizava-se, correndo à margem
de suas veias...
Fracionavam-se todos os seus sentidos
Quando, num rasante vislumbre, o sinal da sorte:
voava nas asas de uma borboleta.
Festim dos Céus
Publicada no livro A Magia da Palavra - Contos, Ensaios e Poemas
Passarei voando
sem corpo,
como uma mariposa
célere.
Sem peso,
vou como um anjo
encontrar-me
com os deuses do Universo.
Confessar-me às almas
as incertezas vividas
como matéria.
Os anjos me ouvirão
calados
e me chamarão
ao festim dos céus.
Ouvindo o canto das estrelas,
danço como um ás,
pisando nos fantasmas
da Terra.